Quantas vezes o nosso coração se sente vítima de
tantas situações. Vítima da dor, vítima das perdas, vítima das perseguições
gratuitas, vítima dos prejuízos tão diversos. E ele nos apavora com as suas
mensagens de derrota, gerando um medo, um pânico que tem a finalidade clara de
nos parar. Mas a ideia não é somente nos parar onde estamos. A intenção é nos
fazer retroceder, voltar, desistir. Eu não sei quanto a você, mas desistir é um
pensamento que ocupa a minha mente tantas vezes que nem posso mais contar.
Confesso que tenho lutado toda a vida contra a justiça própria. Dia após dia,
quando me sinto injustiçada, quando as minhas razões querem me comandar; quando
os meus direitos querem aflorar, mostrando a sua cara e clamando para serem
levados em consideração; quando os sonhos dos quais abri mão batem na minha
cara, insistindo em me fazer pensar que não valeu tanto a pena, sou forçada a
mandar o meu coração se calar. Porque ele fala demais; ele sofre demais; se
machuca facilmente e se recusa a ser curado rapidamente. “Ah! Meu coração! Meu coração! Eu me contorço em dores. Oh! As paredes
do meu coração!” Jer. 4:19 O coração pode ser um aliado essencial, ou um
inimigo mortal. Ele pode nos aprisionar no medo; ou nos projetar para a vida em
coragem. O coração é enganoso, mas não apenas acidentalmente enganoso. Ele é
corrupto. Ele não apenas nos dá as informações erradas, como também tenta
deteriorar a nossa fé. Por ser eloquente ele nos convence facilmente; por ser
esperto ele nos prende nas suas armadilhas; por ser tão dissimulado ele não se
deixa conhecer, a menos que seja atacado e penetrado pela espada de dois gumes,
aquecido pelo fogo e triturado pelo quebrantamento. Lembre ao seu coração o
lugar dele. Não deixe que ele te diga o que fazer. Não deixe que ele te engane
e corrompa a sua mente, a sua fé. Mas isso não significa que você vai viver num
mundo de faz-de-conta, ou que vai se tornar um fantasioso. A fé é de um realismo que chega a
doer. A fé enxerga toda a realidade natural, porém aplica a ela o remédio
sobrenatural. Viver pela fé é mais que viver fingindo que está tudo bem, ou
praticando um positivismo repetido e barato. Viver pela fé é vencer a si mesmo
dia a dia, aplicando a palavra de Deus às situações mais simples ou mais
complexas, e forçando o coração a se calar por mais um tempo, e por mais um
tempo, até que o dia chegue, no qual não precisaremos mais da fé. Certamente não iremos realizar tudo nesta vida, mas as nossas tentativas tratarão o nosso caráter de maneira
que sejam gravadas em nós as características dos habitantes do céu. Em todo
caso, a gente tem uma certeza: se nada der certo aqui, dará tudo certo lá. [Elis]
“E esta é a promessa que Ele nos fez: a vida
eterna”. I Jo 2:25
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